Moça,olha só, o que eu te escrevi
É preciso força pra sonhar e perceber
Que a estrada vai além do que se vê
Sei que a tua solidão me dói
E que é difícil ser feliz
Mais do que somos todos nós
Você supõe o céu
Sei que o vento que entortou a flor
Passou também por nosso lar
E foi você quem desviou
Com golpes de pincel
Eu sei, é o amor que ninguém mais vê
Deixa eu ver a moça
Toma o teu, voa mais
Que o bloco da família vai atrás
Põe mais um na mesa de jantar
Porque hoje eu vou praí te ver
E tira o som dessa TV
Pra gente conversar
Diz pro bamba usar o violão
Pede pro Tico me esperar
E avisa que eu só vou chegar
No último vagão
É bom te ver sorrir
Deixa vir à moça
Que eu também vou atrás
E a banda diz: assim é que se faz!
Sei que a tua solidão me dói...
Sei aquela mesa de jantar...
Essa
é a primeira música de Camelo que eu analiso aqui no blog, e percebi
claramente uma diferença entre as composições dele e de Amarante.
Confesso que sentir algumas dificuldades em certos trechos dessa
música, devidas as figuras de linguagem.
Vejo essa música como
uma carta, uma carta de um filho para sua mãe, que por algum
motivo(estudo ou trabalho) esteve muito tempo longe da sua cidade
natal, onde reside toda sua família.
O filho fala logo no
começo da carta, que é preciso ter esperança, e que todo o sacrifício
de estar distante que ele esta fazendo, é pensando em um futuro melhor
para todos.
Ele fala sobre a saudade que sente, e que é muito
difícil viver longe de todos da família. Ele também lamenta muito, e
reconhece que a felicidade tanto dele, quanto a da sua mãe, não pode
ser completa devido a distancia quem existe entre ambos.
Durante a carta, ele diz ter conhecimento que seus familiares já
passaram por dificuldades, mas que eles conseguiram superar todos os
obstáculos da melhor maneira possível.
Ele fala também do
amor que senti pela mãe, que é muito grande. Ele deixa entender que
muitas vezes esse amor que existe em uma relação entre filho e mãe, não
é muito expressado quando há um convívio diário, porém estando muito
tempo afastado, esse amor incondicional pode ser sentido de maneira
muito forte, levando os indivíduos dessa relação expressarem todo seu
sentimento.
O filho após falar de todo seu amor e de toda sua
saudade, não só por sua mãe(a destinatária), mas por toda a família,
avisa enfim que ira visita-los. Ele pede que seja tudo uma grande
festa, que toda a família esteja reunida e que todos possam conversar e
matar a saudade juntos.
No final, ele fala o quanto é gratificante para ele ver o sorriso da sua mãe e ver toda sua família.
Camelo sempre firme nos contos!
ResponderExcluirhttp://aspirantesapoetasurbanos.blogspot.com/
Sou apaixonada pelas letras deles ,aliás ,sou apaixonada pela banda .
ResponderExcluirSua interpretação é boa .
http://poemadecadadia.blogspot.com.br
Acho que também se encaixaria como uma carta de um pai para sua filha, que não vê faz tempo e que por algum motivo houve a separação. Mas acho que a sua interpretação está mais adequada.
ResponderExcluirAcho que também se encaixaria como uma carta de um pai para sua filha, que não vê faz tempo e que por algum motivo houve a separação. Mas acho que a sua interpretação está mais adequada.
ResponderExcluirAcho que também se encaixaria como uma carta de um pai para sua filha, que não vê faz tempo e que por algum motivo houve a separação. Mas acho que a sua interpretação está mais adequada.
ResponderExcluirAchava que era um homen falando com a sua noiva/esposa. e falando dos filhos, amigos e familia que ele tem no lar. não?
ResponderExcluirQual trecho fez você pensar na relação mão/filho?
ResponderExcluirVoce quase acertou. Na verdade é uma carta de um filho que ja se foi, para sua mãe. Isso fica evidente na parte "Voce supoe o ceu" e no "Sei que tua solidão me dói". Ai quando você volta para analisar desde o começo fica mais evidente que ele está desejando que sua mãe supere sua perda.
ResponderExcluirAliás, a mãe do Camelo em uma entrevista disse que existia um filho que a chamava de moça. Tico é apelido de Thiago Camelo e Bamba deve ser apelido do proprio marcelo camelo.
Logo, a musica é uma homenagem do Camelo há um irmão ja falecido.
Caramba, fantástico!
Excluir"Põe mais um na mesa de jantar
ExcluirPorque hoje eu vou praí te ver
E tira o som dessa TV
Pra gente conversar
Diz pro bamba usar o violão
Pede pro Tico me esperar
E avisa que eu só vou chegar
No último vagão"
Será que é um filho que já se foi??? E vai visitar a mãe de trem?? a alma?? acho que não.
Gostei muito da análise. Nunca pensei nessa possibilidade, parabéns! Amei o blog também!
ResponderExcluirVejo como uma carta de um cara pra uma ex namorada com quem ele se relacionou por muitos anos e tinha uma ligação muito forte com a família... Eles não podem ficar juntos por algum motivo (talvez por terem descoberto que são irmãos) e ele foi pra longe tentar se ocupar com a carreira pra esquecer isso tudo. A descoberta do impedimento de ficarem juntos foi o "vento que entortou a flor". Ele é mais racional, e sabe que, apesar de a amar, não podem ficar juntos. Já ela não saiu do lugar... Ele a incentiva a estudar, mas ela é muito apegada à família : "toma o teu, voa mais que o bloco da família vai atrás". O incentivo racional que ele dá a ela se mostra na parte: "E a banda diz: assim é que se faz!" "aquela mesa de jantar..." no final me pareceu bem nostálgico... Como se eles tivessem se apaixonado naquele cenário, durante um jantar da família, todos falando e os olhares deles se cruzando e se descobrindo apaixonados.
ResponderExcluirVocê podia analisar "o ultimo romantico" pra gente heim.. rs Adorei o blog!
ResponderExcluirTodas as análises aqui são possíveis. O texto poético não se fecha em si mesmo, é um texto aberto e muito do que foi dito é possível. Perfeito. Análises de altíssimo nível.
ResponderExcluirEu também pensei sempre em filho para uma mãe. Me emocionou a ideia de ser um filho que não esteja mais vivo, e que seja essa dor que ela afasta a golpes de pincel. Ela, de fato pinta?
ResponderExcluirSim,ela pinta
ExcluirEle fez essa música para a irmã dele, Ana Camelo.
ResponderExcluirele falou isso em algum lugar?
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